Doença que afeta 1 bilhão de pessoas no mundo segundo estudo publicado em 2019 na revista Lancet, a Apneia Obstrutiva do Sono, ou simplesmente AOS caracteriza-se por eventos recorrentes de obstrução da via aérea superior durante o sono, ocorrendo a parada total ou parcial do fluxo de ar para os pulmões.
Apneia significa “parada de respiração”, e sim, a pessoa que sofre de apneia do sono tem paradas respiratórias enquanto dorme. A doença é um transtorno do sono comum e potencialmente grave, afinal, limita a quantidade de ar que atinge os pulmões, privando de oxigênio o cérebro e o corpo. Quando acontece, o paciente pode roncar alto ou vocalizar outros ruídos sufocantes enquanto respira, ocasionando diversos despertares na noite, na tentativa de reestabelecer a respiração.
No país, segundo aponta pesquisa do Episono publicado em 2010, dados mostram que mais de 60% da população paulistana sofre com problemas de sono, onde 42% roncam, 33% sofrem de AOS, outros 45% possuem insônia ou dificuldade de dormir, entre outros.
Os sinais e sintomas mais comuns da Apneia Obstrutiva, AOS, durante a noite são o ronco, pausas respiratórias durante o sono e testemunhadas, episódios de sufocação, despertares frequentes, vontade de fazer xixi (noctúria), sudorese excessiva, pesadelos, insônia, engasgos e ronco ressuscitativo.
Os despertares são geralmente breves, durando apenas poucos segundos, e por vezes o indivíduo afetado não percebe que os apresenta durante o sono. Em paciente com apneia severa do sono, por exemplo, podem ocorrer centenas de microdespertares por noite de sono. E por isso, apesar de breves, eles fragmentam e interrompem o ciclo do sono, podendo causar níveis significativos de fadiga e sonolência diurna.
Já os sintomas mais comuns durante o dia em pacientes com AOS são sonolência excessiva, sensação de sono não reparador, dor de cabeça matutina, alteração de humor, dificuldade de concentração, alteração de memória, diminuição da libido e fadiga.
Devido a apneias repetidas, os pacientes têm maior risco de desenvolver aterosclerose, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência coronariana, arritmias e acidente vascular encefálico.
As principais opções de tratamento incluem:
Caracterizado por medidas simples, como a retirada de bebidas alcoólicas e de certos medicamentos como benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos, e também a adequação da posição do corpo.
Os objetivos da terapia fonoaudiológica visa fazer uma reprogramação neuromiofuncional e organizar e fortalecer a musculatura de suporte (via aérea superior), otimizando a adesão e suprindo as necessidades de cada paciente para uma melhor qualidade de sono. Inclui exercícios orofaríngeos.
Consiste em um pequeno compressor de ar super silencioso que através de um tubo flexível gera e direciona um fluxo contínuo de ar (40-60L/min) para uma máscara nasal ou nasobucal aderida à face do paciente.
Essa é uma das opções de tratamento eficiente e bem aceita pelos pacientes. Com o uso do compressor, ocorre um aumento da saturação da oxi-hemoglobina, ocasionado pela dilatação de todo o trajeto das vias aéreas superiores, eliminando as apneias e diminuindo os despertares noturnos.
Aparelho que evita o fechamento da via área superior, atuando na extensão/distenção das vias áreas superiores pelo avanço da mandíbula.
O diagnóstico é médico, sendo que hoje há otorrinolaringologistas, neurologistas, pediatras, psiquiatras, cardiologistas, endocrinologistas que são especialistas em sono.
Para a confirmação diagnóstica é necessário a realização de um exame do sono. A polissonografia de noite inteira é o exame mais indicado e deve ser realizado em laboratório sob supervisão de um técnico habilitado.
O médico especializado também tentará detectar se há algo mais causando os problemas no sono, como o abuso de substâncias ou outros distúrbios médicos e do sono.